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Ginjinha, ou simplesmente ginja, é um licor obtido a partir da maceração da fruta da ginja (nome científico Prunus cerasus), similar à cereja, muito popular em Portugal, especialmente em Lisboa, em Óbidos, em Alcobaça e no Algarve.
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É costume servi-la com uma fruta curtida no fundo do copo, popularmente dito “com elas”, ou, quando pura, “sem elas”.
Vamos explicar o processo de fabricação, mas da minha ginja preferida: A GINJINHA ESPINHEIRA.
Fazer ginja é uma arte. Logo de cara te falo, é necessário uma boa árvore e um bom fruto, assim obtem-se o melhor néctar do melhor fruto. É comum que toda a apanha, seleção e remoção do pedúnculo das ginjas sejam manualmente. Minha ginjinha preferida fala que o solo do seu pomar concordam com o temperamento das ginjeiras, que se dão quase como árvores selvagens, no onde a qualidade do fruto está assegurada pela natureza. Depois da colheita, as ginjas seguem para maceração, ou seja, retirar e/ou extrair da ginja, certas substâncias que são consideradas princípios ativos.
O ritual é o mesmo desde que há memória da Espinheira. Eles adicionam álcool e água aos frutos e não lhes mexem mais durante um ano. Ao fim desse primeiro período, as ginjas são retiradas — e destinadas a outros propósitos — e o néctar resultante vai a estagiar em barricas de carvalho.
Para finalizar essa deliciosa ginja, após alguns meses volvidos e as características que dão o sabor inconfundível à nossa Ginjinha já se instalaram. Depois da clarificação, ainda através de métodos tradicionais, acrescentam o açúcar necessário para equilibrar os tons ao enlevo. Findo o aperfeiçoamento da poção, procedem ao engarrafamento em duas deliciosas variedades: uma somente com o líquido, outra contendo algumas das ginjas que foram originalmente utilizadas na maceração.
A história iniciou por volta do ano de 1840, na taberna que funcionou na Rua das Portas de Santo Antão nº 27, à época um local bem avivado segundo o folclore Lisboeta dos meados do séc. XIX. Lá funcionava a mais antiga fábrica da Espinheira que a partir de lá se produziam, vendiam — e se celebravam — os vinhos e licores que hoje entendemos como antepassados da Ginjinha.
O pai de Francisco Espiñeira Couziño fez da taberna um negócio rentável, mas também um espaço de troca de ideias e de agitação social. Francisco Espiñeira Couziño viu ali uma oportunidade para produzir licores próprios, levando-o a fundar a empresa que ainda hoje existe. Para lá daquilo que nos contam os rótulos que cismaram ignorar o atrito do tempo, existem ainda registos de obras de remodelação da nossa loja atual, a pitoresca “A Ginjinha” do Largo de São Domingos, que datam de 1910. Este empreendimento deu-se às mãos de Francisco Espiñeira Couziño — aquele que estimamos como impulsionador original da Ginja Espinheira.
A história detalhada consegues ler no site da Ginjinha Espinheira, clicando aqui.
Tal como era desejo dos pais da Ginja Espinheira, a empresa permanece familiar até aos dias de hoje. Agora na quinta geração, continuam a proteger o caráter da Ginjinha e a cuidar da tradição, enquanto debruçam-se sobre os desafios do tempo — sem nunca deixar de ponderar a eterna questão: COM OU SEM ELAS?
Você encontrará a Ginjinha Espinheira no Largo de São Domingos, nº 8, no Rossio. E também está mais moderna, que até já aceita entregas através do Uber Eats e, claro, tem um perfil de Instagram.